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As recompensas fazem tão mal quanto as palmadas

As recompensas fazem tão mal quanto as palmadas
Kate Amaral
set. 3 - 2 min de leitura
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Você já viu alunos ganhando estrelinhas? E quando as estrelinhas não são mais interessantes?

As pessoas estão constantemente sentindo, pensando e decidindo coisas sobre si e sobre o mundo. Com as crianças não é diferente.

 

Muitos pais e professores, entendendo que as punições não são a melhor opção, acabam indo para o caminho oposto, lançando mão de recompensas para criar motivação para a criança.

Mais uma vez, é um mecanismo de ação para o curto prazo e não de longo prazo, como sempre falamos por aqui. Resumindo, você oferece algo e a criança faz o que você propõe. A ação pela recompensa e não por auto motivação.

Esta dinâmica pode parecer positiva à primeira vista, pois não envolve gritos, palmadas, castigos e, por isso, gostaria de analisá-la um pouco mais profundamente.

Quando estabelecemos uma recompensa, estabelecemos um mecanismo de superior X inferior. Quando a criança concorda com o “acordo” ela aceita estar numa posição de inferioridade, renunciando, assim, seu auto respeito. Afinal, se você ofereceu uma recompensa, é porque ela não estava de acordo no início, certo?

Por outro lado, se ela não aceita a barganha proposta, ela conserva seu auto respeito, mas se sente culpada por desapontar o adulto. Causando frustração.

Ou seja, em nenhum dos cenários a criança se sente segura com a decisão que ela toma.

A parte mais traiçoeira desse processo é que ele acontece inconscientemente, o que torna a clareza da situação difícil.

Pode parecer pesado, mas nada mais é do que uma dinâmica de manipulação, na qual um lado manipula e o outro se deixa manipular. Um modelo que valoriza o interesse próprio e não uma contribuição legítima.

A recompensa é um mecanismo que pretende controlar de fora para dentro um comportamento e não ensinar de dentro para fora habilidades de vida para a criança.

Objetivamente, alguns resultados práticos do uso de premiações no longo prazo:

– “O que eu ganho com isso?”;

– “Se eu me recusar, será que eu consigo algo mais?”

– “A aprovação do outro é importante para que eu esteja ou não motivado”;

O que fazer, então?

Foque em soluções com as crianças, façam acordos respeitosos, planejem atividades juntos, desperte a curiosidade, demonstre empatia. Sempre com gentileza e firmeza.

As opções são infinitas. Quando entendemos mais profundamente o cenário como um todos, temos um arsenal para usar.

Vamos juntos?

 


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